E pensar que eu havia esquecido que tinha essa página. Foi interessante, reencontrar-me com a eu de dois anos atrás e tantinho. São apenas quatro postagens, e eu não me lembro por que desisti de escrever aqui... Geralmente, falta de público não me impede de escrever. Mas de qualquer modo, aqui está ela. Eu, com 15 anos e usando demais a palavra "feliz".
Sinto que ela era bem mais feliz do que eu sou hoje. Certamente, ela era mais adolescente. Ridiculamente mais adolescente. Parece absurdo que uma pessoa possa ter mudado tanto em tão pouco tempo; talvez em dois anos eu olhe pra quem sou hoje e pense a mesma coisa.
Bem, vou deixar apenas um recado para você, eu de 15 anos. Depois, talvez eu volte a postar e retome o blog - talvez não. Mas acho que você devia ouvir isso.
Você não perdeu seu talento. Cá entre nós, esse texto apocalíptico que você considera a prova de que "tinha um talento que se foi", não é lá essas coisas todas não. É meio breguinha, pra ser sincera. O da vida do homem é bem mais interessante. Na verdade, o que você escreveu na postagem, em torno do texto apocalíptico, também é mais interessante. You got it, girl!
O problema é que, acreditando que perdeu a veia de escritora, você vai enveredar pelos caminhos de desenhista (e depois de muito, muito, muito esforço vai pegar o jeito da coisa) e esquecer as letras de vez. Nunca mais vai escrever. As histórias na sua cabeça vão permanecer lá. E o triste é: você escreve mil vezes melhor do que desenha... e agora quer trabalhar com animação? Animando, ou criando a história? Eu e você sabemos muito bem que sua razão de ser são as histórias. Não me venha com "perdi o jeito". Viu onde a gente veio parar?
Bem.
Vim só deixar esse recado.
Considere uma confissão de uma quase-adulta, em crise como todos os quase-adultos entram em crise. Quem sou eu? O que vou fazer da vida? Estou perdendo tempo no meu curso? Sou boa o suficiente para querer achar que vou arranjar emprego nessa área? E se meu primeiro beijo não acontecer nunca?
Sabe, essas coisas. Se preocupe não. Daqui a dois anos eu volto para contar como a vida de 20 anos é fantástica e eu já estou com tudo resolvido.
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